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quinta-feira, 29 de julho de 2010

126. Você vivo ou morto dá no mesmo?


Não há nada certo nessa vida.

Além da morte, é claro.
É tudo tão incerto, inconstante, inseguro.
Realmente viver é muito perigoso.
O que temos de seguro é só o amor de Deus por nós.
Só isso é imutável.
Mas até essa certeza nós conseguimos estragar às vezes.
Nossas certezas são sempre incertas.
E tudo é arriscado.
Qualquer menor decisão tem seus riscos.
E ao pensar nisso ficamos paralisados.
Pelo medo.
Quem pensa demais erra?
Quem age sem pensar é um louco?
Qual a medida certa de ponderação?
A gente pensa pra falar.
A gente pensa pra marcar.
A gente pensa pra escrever.
A gente pensa pra comprar.
A gente pensa pra escolher.
A gente pensa até se está pensando direito.
A gente pensa sobre a vida.
A nossa, e a dos outros.
A gente pensa até em porque mudou o pronome no texto.
Pensamos, pensamos, pensamos.
E escrevemos também.
Para pensar melhor.
Para registrar.
Para mostrar.
Eu sei que temos que pensar.
E escrever ajuda a organizar os pensamentos.
E com eles organizados
Viver fica menos complicado.
Só tenho medo de pensar
E escrever demais
E o poema ficar muito grande
Dar preguiça de ler
E ser inútil
Que nem a vida
Foi o que eu aprendi no teatro hoje:
escreva menos e faça mais!
E só a música me ajuda a concluir que:
viver é perigoso, mas o mal maior é não viver.(*)
                                                    (*) verso de Alexandre Andrés na música Estrela de Chão

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